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segunda-feira, 29 de abril de 2013

Assassino deixa carta antes de morrer: “Tudo por drogas”

Mais uma história triste que tem como causa o uso de drogas... Até onde o vício pode levar o ser humano, ceifar vidas, deixar filhos órfãos, víúvas e todos os familiares sem entender o porquê.
Até quando vamos ter que conviver com esta calamidade pública que se instalou no nosso meio, no nosso
convívio. Este mal já não é privilégio de certas classes sociais, raças, credo religiosos, hoje qualquer um
está sujeito e entrar neste mundo tão cruel, de onde raramente se sai vivo.


LEIAM ESTA REPORTAGEM E DEIXEM A SUA OPINIÃO!!!





Assassino deixa carta antes de morrer: “Tudo por drogas”
Criminoso era matador em série de taxistas em São Paulo. A polícia ainda não tinha feito ligação entre as mortes. Até que o próprio bandido confessou tudo em uma carta.

Era dezenove de dezembro de 2012. O taxista Edson de Freitas é encontrado morto a poucos metros do próprio carro com uma perfuração de faca no peito. O bandido levou apenas dinheiro trocado. Deixou, no bolso de Edson, R$ 250.
O motorista era casado havia 21 anos, tinha quatro filhos e uma netinha, que na época tinha dois meses. Dona Givanilda demorou a acreditar que o marido não voltaria mais para casa.
“Não tem dor acho que pior do mundo do que essa.Você vê acontecer com todo mundo, e você acha que não vai acontecer com você. E de repente, num piscar de olho, a pessoa fala que aconteceu, diz a empregada doméstica Givanilda da Silva Freitas.

No mesmo dia, no começo da madrugada, o criminoso tinha atacado outro taxista.
O Rodrigo Vallone foi uma das vítimas do assassino. Mas ele escapou porque conseguiu pular do carro.
Fantástico: Rodrigo, o que aconteceu naquele dia?
Rodrigo: Eles não chegaram nem a dar a voz de assalto. Já me pegaram pelo pescoço e já me furaram. Conforme ele foi me furando, eu consegui colocar a mão entre a mão dele e pular fora do carro.

Madrugada de cinco de fevereiro de 2013. Outro taxista é assaltado por dois jovens.
Eles levam o carro depois de esfaquear o motorista. A vítima, que sobreviveu, não quis gravar entrevista.
Nove dias depois, mais um crime violento na mesma região.
O alvo? O taxista Robson Alves de Morais. Uma testemunha, que não quer ser identificada, presenciou o assassinato. “O táxi entrou na rua em alta velocidade. O cara me pediu socorro. Ele gritou ‘ajuda!’.  Eu falei ‘é assalto?’. Ele falou, ‘é’. O bandido já ouviu a minha voz e saiu correndo. Eu tava correndo atrás dele, ele falava ‘vou ter que matar de novo, vou ter que matar de novo’”, lembra.
Imagens mostram o criminoso fugindo logo depois do ataque. A testemunha chamou a polícia e voltou pra socorrer o taxista.
Testemunha: Passou o dedo na perfuração e falou ‘eu vou morrer’, eu falei: não vai. O resgate está chegando. Senta aí. Ele entrou pra dentro do carro e sentou e ali foi agonizando, agonizando. Quando a polícia chegou, ele tinha pulsação ainda”, lembra.
O Robson Alves de morais tinha muitos amigos. Um deles era o Rodrigo, que também é taxista e ele foi a primeira pessoa que fez o reconhecimento do corpo do Robson no local do crime. “Eu tenho uma televisão no carro. Fico vendo as notícias de manhã e eu vi lá uma notícia de um taxista sendo assassinado. Reconheci o carro do meu colega”, conta Rodrigo Silva.
O último taxista foi atacado em uma rua que fica em alto de Pinheiros, um bairro de classe média alta na zona oeste de São Paulo. O assassino desceu por uma rua, mas ele deixou cair no chão a primeira pista que levou a polícia a identificá-lo: um carnê de uma loja de eletrodomésticos com o nome da namorada dele.
Thirza Lima Pescarini, de 19 anos, registrou o roubo do carnê - com informações falsas - num boletim de ocorrência. Ela foi chamada para prestar depoimento e não convenceu os policiais.
“Percebia-se claramente que ela estava mentindo, estava muito nervosa. Então, nós passamos a monitorá-la, diz o delegado Luiz Fernando Teixeira.

Enquanto a polícia investigava a morte de Robson e a história do carnê, uma reviravolta: o corpo do namorado de Thirza foi encontrado ao lado do prédio onde ele morava, também na zona oeste.
Pouco antes de morrer, Carlos Nogueira Agulha, de 20 anos, deixou várias cartas escritas à mão. Eram para a família, para a namorada e uma endereçada à polícia.
Nela, Carlos confessava ter atacado seis taxistas, apontava os locais dos crimes e pedia perdão.
Até agora, os policiais identificaram quatro vítimas. Na carta, o jovem tenta explicar seus crimes: "Tudo isso por causa de droga, diz ele. Assalto para roubar dinheiro, por droga, infelizmente feri alguém por droga".
Carlos Agulha morava em um prédio junto com o tio, que não quis gravar entrevista. Mas contou que o rapaz sempre foi muito tímido e reservado e que o conteúdo das cartas que ele deixou pegou toda a família de surpresa.
Carlos era órfão e tinha dois irmãos mais velhos. Completou o ensino médio e trabalhava como carregador.
Segundo a polícia, Carlos Nogueira agulha agia da mesma maneira, sempre na madrugada.
Ele parava um táxi na rua. Se sentava no banco de trás e pedia ao motorista para levá-lo a um endereço próximo. Atacava o taxista dentro do próprio carro, com uma faca ou um canivete.
E ia embora levando o dinheiro que conseguia encontrar.
Segundo as investigações, em pelo menos dois crimes, Carlos teve ajuda de um menor de idade. A polícia pediu à Justiça a apreensão dele.
Thirza Lima Pescarini foi indiciada por favorecimento pessoal, por ter negado reconhecer o namorado nas imagens da câmera de segurança, e por falsa comunicação de crime.
O Fantástico procurou a namorada de Carlos, mas ela não quis falar.
Dona Givanilda, que perdeu o marido, Edson, num dos ataques de Carlos em dezembro, agora cuida dos filhos sozinha.

“Você espera ‘cadê a pessoa?’ E nada. Ele era um pai. Um pai presente, de reunião, de escola, tudo era ele”, lamenta dona Givanilda. .



Edição do dia 28/04/2013
28/04/2013 22h11 - Atualizado em 28/04/2013 22h12


segunda-feira, 15 de abril de 2013

Casagrande, comentarista da Globo, durante entrevista ao "Fantástico" deste domingo (Reprodução)




Durante entrevista ao programa "Fantástico" exibida neste domingo, o ex-jogador e comentarista da Rede Globo, Walter Casagrande, falou sobre a sua virada contra o vício das drogas, assunto que tratou em sua biografia "Casagrande e seus demônios", lançada nesta semana.
"Hoje, eu tô legal. Minha vida mudou muito. Consigo viver bem sozinho. Antes, eu não suportava o meu jeito, então saía muito, eu tava muito na rua, eu até usava droga para dar uma congelada no meu emocional, para eu me suportar e tal. Eu quero viver como eu vivo hoje. Só não quero continuar sendo escravo da droga", declarou o ex-jogador, que também mostrou gratidão à Globo.



"Meu suporte atrás foi o meu trabalho. Tive apoio dos lados da minha família, meus pais de um lado e meus filhos do outro, os amigos, mas as minhas costas tavam apoiadas na TV Globo."
Sobre o que sentia enquanto usuário, Casão disse que por ter sido atleta de ponta, treinando muito e com ótima resistência física, sempre achava que podia ir um além: "[usava] medicamentos junto com álcool, com cocaína, com droga injetável. Fazia essas misturas constantemente", recorda.
Durante a entrevista no "Fantástico", foram exibidos alguns dos depoimentos de Casagrande ao seu livro. "Tinha visões horríveis, tudo parecia muito real. Via demônios pelo apartamento inteiro, Eram maiores do que eu, com dois ou três metros de altura. Isso durou um mês, um mês e meio. Eu entrei em surto psicótico pelo uso exagerado de drogas e privação de sono", diz uma das partes da obra.
"Eram sensações, via vultos. Olhava pro sofá e via o sofá num formato que parecia que tinha alguém sentado ali", explicou Casão.
Outro trecho forte da biografia fala de uma das overdoses de Casão num dia que estava em casa e se preparava para jantar fora com um dos filhos e usou cocaína e heroína. "Eu ia usar e não poderia sair com ele, porque era droga injetável e sairia do banheiro completamente transtornado, dizendo que não iria jantar mais ou então porque iria colocar em risco a minha vida e a vida do cara", lembrou, mostrando o quão dramático era administrar o vício com família e vida social.
"Botei tudo de uma vez, rapidamente, pois o Leonardo estava em casa e podia aparecer a qualquer momento. Houve uma explosão no meu peito. Explodiu, mesmo: bummm, e saí cerca de um metro do solo, bati contra a parede e caí no chão", conta ele, no livro, sobre essa história. "Uma das piores situações que passei do meu envolvimento com a droga foi nesse dia", admite.
Ao Fantástico, Casagrande também relembrou o dia do acidente de carro que acabou sendo decisivo para a sua internação e recuperação contra as drogas. "Eu adormeci numa descida, meu pé caiu no acelerador, acelerou e eu capotei com o carro. Quando acordei, tava no [hospital Albert] Einstein, e quando acordei a segunda vez eu tava internado numa clínica. Foi a virada da história. Aquele sábado foi o limite e alguma coisa tinha que acontecer", diz.
"Eu não aceitava estar lá [na clínica de reabilitação para dependentes em drogas], não aceitava que eu era doente. Meu pensamento era típico de dependente químico, de que amanhã eu paro, de que eu paro quando eu quiser, que se eu não quisesse, eu não usava, o que é uma bobagem, uma mentira, justificativa porque você tá dominado pela droga", acrescentou ele, na entrevista, no qual também falou sobre como se despediu do ex-companheiro de Corinthians e seleção, Sócrates, pouco antes de sua morte em dezembro de 2011. “Tive a intuição e me veio a vontade de olhar nos olhos dele e falar: 'Magrão, eu te amo, cara, você foi um dos caras mais fantásticos que eu conheci'."
"Isso é uma coisa que não é simples de falar, não é simples de ouvir, que não é simples de lembrar, porque eu gostaria de lembrar disso que tô falando, saí daqui e ir tomar uma cerveja com o Magrão e dizer: 'Magrão, eu te amo ainda', e isso eu não posso mais”, lamentou, Casagrande, no ótimo depoimento dado neste domingo.
 
Por Rogerio Jovaneli |